12 de fevereiro de 2010

Incomum

Um frio, uma súplica, e um homem solitário, mendigando um aconchego. Pede amor, pede atenção, pede carinho. Implora que o olhem, que o observem. Implora um pouco de atenção. Mas é "dia de branco". Tem barulho, desordem, trabalho, confusão. E poucos têm tempo para se compadecer. O homem, coitado... começa a observar os que o cercam. E começa a perceber o que há de sobra em muitos. Levantou-se, caminhou e começou a reparar atenciosamente. Reparar na ambição, nas pessoas, nas faces. Seus rostos apáticos expressivos a sentimentos alheios, sensação incomum e fugaz sentirá naquele momento. Via a angústia, sentia a pressão, sabia que aquele não era seu lugar, não queria isso... Saiu, correu de tudo aquilo que o rodeava. Andando pelas ruas, começará a enxergar aquilo que não via, ou simplesmente fingia que não existia. Era um novo homem, ou pelo menos achava isso. Era apenas mais um cheio da monotonia que o rodeava... Era apenas mais um cego na cidade, que enxergava só o que queria ver.

Lorena Carvalho e Pedro Braz.

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